DIA 19/11/2024

Antes mesmo da vitória de Trump, sabia-se que sua eleição poderia trazer um cenário mais negativo para ativos de risco de países emergentes, já que suas propostas são mais protecionistas, com taxação de 10% a 20% em produtos importados para os EUA. Esse reflexo veremos com maior clareza durante o seu mandato, afinal, ele toma posse somente em final de Janeiro.

Contudo, pelos mesmos motivos, espera-se um dólar mais forte diante das demais moedas globais. Esse fato pode ser observado em praticamente todos as demais nações ao redor do mundo, exceto uma que teve o efeito reservo: justamente o Brasil (quem diria).

O dólar chegou, na abertura do mercado do dia seguinte a vitória de Trump, no patamar de R$ 5,86, mas viu durante os demais dias da semana passada arrefecer para menos de R$ 5,70, conforme o gráfico acima. Esse efeito pode ter ligação direta com outro fator que está pressionando o câmbio e também o mercado como um todo no Brasil: o pacote de corte de gastos do governo.

A vitória de Trump pode ser o motivo de um pacote mais contundente, dado que suas propostas a serem implementadas por si só atrapalhariam ainda mais a valorização de nossa moeda, a qual já está quase nas máximas, tendo vínculo direto com o controle da inflação. Mas, além disso, por poder ser um indicativo de que a direita possa ter mais força nas próximas eleições.

O resultado das eleições brasileiras neste século tem se espelhado nas norte-americanas, pois quando o eleito nos EUA foi democrata, 2 anos depois o Brasil elegeu um governo de esquerda, e quando venceu um republicano, 2 anos mais tarde no Brasil ganhou um governo de direita.

Com isso, o tal pacote de gastos passa a ser peça chave para ganhar de volta a popularidade perdida com o mal andamento de resultados fiscais e do mercado financeiro. O indício da esperança de um pacote melhor trabalhado foi o motivo da queda do dólar semana passada.

Entretanto, o real voltou a se desvalorizar nessa semana com a demora para o anúncio da medida. Fernando Haddad, Ministro da Fazenda, afirmou que o pacote poderia sair até quinta-feira passada (07/11), mas reuniões, pedidos do presidente Lula e acertos finais estão ainda sendo discutidos, e os agentes, em resposta, voltaram a pressionar o câmbio.

Em conclusão, uma coisa é fato: o dólar não volta a cair a patamares “aceitáveis” enquanto o Brasil não diminuir gastos e colocar o fiscal em dia. Em um país como o nosso, a história já indica que algum dia o dólar chegará a 6, 7, 10 reais, a questão é só saber quando, porém, torcemos para que seja em um futuro muito distante. Fato esse revela que investir no exterior não é questão de escolha, mas talvez de sobrevivência de nosso patrimônio.


DIA 20/12/2024

Eis que o nada aguardado dia do dólar acima de R$ 6,00 reais chegou, e chegou com força!
Nesta semana, o Banco Central teve bastante trabalho para controlar o câmbio, algo que nunca ocorreu igual antes. A principal moeda global disparou no Brasil, frutos da maior incerteza e desconfiança gerada pelo depoimento de Lula no Fantástico, no último domingo (15/12), o qual alegou que o Brasil não passa por problemas, e das perspectivas da semana, que teriam somente poucos dias para a aprovação do pacote de corte de gastos ainda esse ano (que passou no congresso, mas com várias desidratações) e resultado dos novos juros americanos (que foi reduzido em 0,25%, mas com um tom duro e sério do FED sobre o futuro).

Já na segunda-feira (16/12), o dólar alcançou R$ 6,18, mas fechou o dia em R$ 6,06, isso graças a intervenção do BC, que, até então, fez a maior venda à vista no mercado cambial desde a pandemia, com a venda de R$ 1,62 bilhão em um leilão extraordinário. Contudo, não parou por aí, e a moeda atingiu seu pico de R$ 6,30 na quinta-feira (19/12), novo recorde histórico, fazendo o BC novamente agir e realizar a maior intervenção da história do câmbio flutuante no Brasil, que existe desde 1999.

Foram dois leilões, um de R$ 3 bilhões, que não foi suficiente para gerar o retorno esperado, e depois, novamente, outro de R$ 5 bilhões na modalidade à vista, fazendo o dólar fechar em R$ 6,12 no dia. Na sexta-feira, dia 20/12, mais um leilão grande foi realizado, trazendo a moeda para mais próximo dos R$ 6,00. O leilão, na prática, serve para aumentar a quantidade de moeda disponível para os investidores, mexendo com a lei de oferta e demanda. Assim, com maior oferta no mercado, menor será a cotação.

Gabriel Galípolo, novo presidente do Banco Central, o qual já havia defendido o câmbio flutuante semanas atrás, em entrevista junto com Campos Neto, afirmou que o resultado dessa alta do câmbio não é especulação, como já foi informalmente indagado pelo presidente Lula. Campos Neto reforçou que a escalada agressiva é em decorrência de um fluxo atípico muito grande: em menos de 10 dias em dezembro, saíram mais de US$ 6,79 bilhões do país, bem acima da média histórica no período.

“Não é correto tentar tratar o mercado como um bloco monolítico, como se fosse uma coisa só, que tá coordenada num único sentido. Basta a gente entender que o mercado funciona geralmente com posições contrárias. Só existe mercado se existe alguém comprando e vendendo. Então, toda vez que o preço de algum ativo se mobiliza em alguma direção, tem vencedores e perdedores. Acho que a ideia de ataque especulativo coordenado não representa bem” – pontua Galípolo.

 

Cabe a nós, momentaneamente, saber investir bem para proteger o nosso suado patrimônio contra a corrosão do Real (tanto internamente como internacionalmente). Não é uma questão de escolha, e sim de sobrevivência, visto que o momento o qual atravessamos tende a se arrastar no próximo ano.  

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